
Colômbia não aceitou prorrogar o acordo automotivo com o Brasil, que venceu m 30/9, e isso vai afetar as exportações para o terceiro maior mercado de carros e veículos leves brasileiros no exterior.
Em 2024, o Brasil vendeu US$ 750 milhões em veículos leves e picapes para a Colômbia, um mercado que fica atrás apenas de Argentina e México. Com o acordo automotivo, firmado em 2017, o Brasil vendia ao país vizinho até 50 mil unidades por ano com tarifa zero. Agora, essas vendas serão taxadas em 16,1%.
Em setembro passado, a Colômbia informou o Brasil de que não tinha interesse em prorrogar o acordo, mas o governo brasileiro iniciou uma série de tratativas com o objetivo de contornar o problema.
Na semana passada, porém, em reunião de equipes técnicas em Brasília, os representantes colombianos fizeram uma contraproposta considerada inaceitável pelo setor produtivo brasileiro: reduzir a cota para 20 mil veículos por ano, além de assumir o controle unilateral sobre como administrar a entrada desses veículos.
A resposta pegou as equipes negociadoras brasileiras de surpresa, uma vez que o intuito do Ministério de Desenvolvimento e Indústria (Mdic), chefiado por Geraldo Alckmin, e do Itamaraty era ganhar tempo e, nesse tempo, convencer a Colômbia a avançar para um tratado de livre-comércio – no qual um conjunto mais amplo de mercadorias e serviços tem taxação zerada de ambos os lados.
A desconfiança do setor privado brasileiro é a de que a Colômbia está fechando a porta para o produto brasileiro e dará preferência a veículos chineses, coreanos e até americanos. O país já tem acordo de livre-comércio com Estados Unidos, Coreia do Sul e União Europeia.
Com a China, a Colômbia mantém um acordo de cooperação comercial. Todos esses países são grandes produtores de veículos e potenciais controladores de um mercado até aqui prioritariamente brasileiro.
A notícia é negativa ainda por deixar o Brasil ainda mais dependente das vendas para a Argentina, que já respondem por 60% das exportações de veículos do Brasil.
Veja a notícia completa em: https://www.estadao.com.br/economia/brasil-e-colombia-nao-chegam-a-consenso-em-acordo-automotivo-exportacoes-brasileiras-serao-afetadas/
Fonte: Estadão
