O aumento dos valores dos fretes marítimos vem trazendo cenários desafiadores para muitos players que atuam no comércio internacional.
Boa parte desse aumento dos fretes pode ser creditado aos conflitos no Oriente Médio, onde desde outubro de 2023 rebeldes Houthis - uma milícia do Iêmen - começaram a atacar embarcações que navegam pelo Mar Vermelho, como forma de retaliação a Israel pelos ataques ao Hamas. D
ado que essa situação vem ocorrendo no acesso sul ao Canal de Suez - uma das principais artérias do comércio mundial - muitos navios cargueiros passaram a desviar suas rotas de navegação por segurança, passando agora a contornar o Cabo da Boa Esperança, na África do Sul. Esse desvio vem tornando as viagens entre o oriente (China) e o ocidente (Europa / EUA) mais longas ao adicionar cerca de 7 a 15 dias no percurso de exportação e outros 7 a 15 dias na viagem de importação.
O aumento dos percursos da logística internacional, vem gerando aumento na demanda por navios, escassez de contêineres, congestionamento em alguns dos principais hub ports, atrasos, cancelamentos de escalas/viagens e, consequentemente, um novo desbalanceamento entre oferta e demanda no transporte marítimo global que, por sua vez, vem pressionando os fretes.
O frete marítimo é uma commodity e, como tal, oscila em função da oferta e da demanda.
Quando o comércio global aumenta a movimentação de insumos ou produtos acabados, principalmente em períodos de sazonalidade, a demanda por transporte marítimo aumenta. Ou seja, à medida que mais produtos precisam ser movimentados entre países, a demanda por navios e contêineres cresce.
A oferta, por outro lado, é influenciada pela quantidade de navios e contêineres em operação, distâncias percorridas, tempo de viagem, velocidade das embarcações, entre outros. Se as viagens se tornam mais longas - por conta dos desvios pela África do Sul, por exemplo - a oferta diminui.
Outro fator que influencia no preço do frete é o custo do combustível. O Bunker Additional Fuel (BAF) é a sobretaxa de combustível aplicada sobre o frete básico contratado. O seu objetivo é cobrir os custos de combustível ao longo da viagem e são diretamente influenciados pela cotação do petróleo, pela distância percorrida e pelo consumo dos navios.
Além da relação entre oferta e demanda e do BAF, existem outros fatores que podem impactar na variação da cotação do frete marítimo, como por exemplo legislações (descarbonização), eventos climáticos (seca no Canal do Panamá) e gargalos de infraestrutura (restrições de calado e congestionamento nos portos).
Fonte: www.logcomex.com
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