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Skincare infantil e o interesse por produtos “dupes” são impulsionados por redes sociais

blog.elemar.com.br

 

 

O acesso de crianças e pré-adolescentes a conteúdos nas redes sociais é uma das principais razões para a crescente preocupação com o início precoce de rotinas de skincare.

Especialistas reforçam a importância de educar e orientar as famílias para que o público infantil use apenas produtos desenvolvidos e regulamentados junto à Anvisa para esse grupo.

No segundo encontro do “Papo de Mercado ABIHPEC: Uma nova era na indústria de HPPC: dos Baby Boomers a geração Alpha”, promovido pela Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), especialistas se reuniram para discutir a influência das redes sociais no interesse precoce de crianças por produtos e rotinas de skincare e a ascensão dos produtos “dupes” como alternativas de menor desembolso no mercado de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos. Vânia Goy, jornalista e expert em beleza e bem-estar representante da Dezon, e Ana Seccato, diretora comercial e thought leader da Circana, compartilharam suas análises sobre como esses fenômenos interagem com as diferentes gerações de consumidores no universo digital.

Ariadne Morais, diretora de assuntos técnicos e regulatórios da ABIHPEC, abriu o encontro destacando que esse movimento de skincare infantil, que vem crescendo nas redes sociais, traz a necessidade de ampliar a conscientização sobre a infância, seus rituais, bem como sobre os produtos que são adequados a esta faixa etária.

Os produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos voltados para o público infantil seguem normas próprias para adequá-los às características e necessidades desse público, sob os mais rigorosos padrões de segurança. Por isso, as empresas devem possuir dados comprobatórios que atestem sempre a segurança, a qualidade, e a eficácia de seus produtos, além da veracidade dos respectivos dizeres de rotulagem – os famosos claims -, garantindo que o produto não constitui risco à saúde quando utilizado em conformidade com as instruções de uso e orientações de seu fabricante.

Vânia Goy, abordou o crescente e precoce interesse das crianças por produtos e rotinas de skincare e maquiagem, enfatizando que a imitação do comportamento adulto é a razão mais natural para que se observe esse fenômeno comportamental de crianças e adolescentes. Porém, com o aumento da exposição ao tema nas redes sociais, a geração Alpha se torna cada vez mais influenciada por padrões de consumo que antes eram restritos aos adultos. Constatação que demanda atenção das famílias.

A crescente procura por produtos com ingredientes como retinol, ácidos (ácido hialurônico, entre outros) e esfoliantes — recomendados para peles adultas com sinais de envelhecimento — foi observada como algumas das preferências deste público, por exemplo, o que sinaliza sobre a importância de orientação em relação ao que é adequado para cada faixa etária. Para Vânia, o problema não é ter uma rotina de skincare, mas sim o consumo exagerado e inadequado para essa faixa etária.  Por isso, medidas como a priorização de mensagens educativas e orientações sobre a manutenção da saúde da pele, como a hidratação e a proteção solar, além da regulamentação da comunicação direcionada a esse público nas redes sociais são medidas necessárias.

Ana Seccato abordou a crescente popularidade dos “dupes”, produtos mais acessíveis que são inspirados em itens consagrados, refletindo a busca dos consumidores por alternativas de consumo que entreguem uma relação custo-benefício vantajosa. Ela apresentou insights sobre os fatores que impulsionam essa tendência, as preferências das novas gerações e as estratégias de inovação necessárias para se destacar no mercado de beleza. Ana compartilhou dados que revelam que 68% dos consumidores já adquiriram “dupes”, com destaque entre os jovens. Esses produtos oferecem opções mais econômicas em relação aos itens de luxo, sem comprometer conformidade com segurança e qualidade.

Ana também observou que, após o auge do consumo de “high luxury”, emergiu uma nova consciência de consumo, influenciada por crises financeiras e preocupações ambientais. O termo “dupe” se popularizou principalmente entre as gerações Z e Millennials, com 80% das compras focadas em skincare, 60% em maquiagem e 35% em fragrâncias.

Neste cenário, a Circana identifica uma oportunidade para as marcas diversificarem seus portfólios, indo além dos estereótipos de fragilidade, transformando seriedade em leveza e cor para suas propostas. Além de atrair jovens adultos, há um grande potencial em atender consumidores acima de 50 anos, ampliando o alcance e impacto das marcas.

De acordo com a área de assuntos regulatórios da ABIHPEC, essa tendência apresenta oportunidades para a indústria nacional, mas assim como qualquer outra que os fabricantes queiram explorar, demanda que os fabricantes sigam as normas e regulamentos da Anvisa e assim, sigam oferecendo aos consumidores produtos regularizados junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Em painel realizado ao final do encontro, mediado por Elaine Gerchon, diretora de inteligência de mercado da ABIHPEC, entre outras trocas e conclusões, as especialistas da Dezon e da Circana concordaram que, a ascensão dos “dupes” está forçando as marcas a inovar e se adaptar em consequência ao aumento da competitividade, desafiando grandes marcas a repensar suas estratégias.

 

Fonte:https://cosmeticinnovation.com.br/


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